quinta-feira, 17 de junho de 2010

Rotina


Outra manhã de calor. Nem estamos no verão. E sufoca, tudo isso sufoca.
Começo o dia igualmente aos outros. Deixei-o cair na rotina, culpa minha.
Pensei em te ligar, mas você está muito longe, muito longe de mim, longe do meu coração.
Quem sou eu para te fazer esperar! - Desculpe, deixei o meu coração falar...
O dia passa sem ter noção das horas, e assim vai se encaminhando intensamente muito mais rápido que eu.
E eu espero sinceramente, que você encontre o que precisa. Que consiga ter tudo o que deseja, e muito mais.
As minhas necessidades são sempre ultrapassadas, começo a pensar no que realmente preciso. E preciso agora de me mudar. Quero voltar pra casa. Quero ouvir palavras bonitas, suas. Mas o seu silêncio continua ironicamente.
O tempo vai amenizando, o calor vai passando. Começo a estabilizar, aparentemente. E de longe solto um suspiro de desapontamento exposto. E esse sentimento só eu consigo interpretar, e ignorar. Você tem a senha para decifrar aquilo que penso? Sente que preciso de você, em minhas palavras? Ou elas estão muito frias e vazias?
O dia vai passando, o sol se pondo, novamente. Quero voltar pra casa, e até consigo falar calada.
Você sabe, nem preciso de o dizer. Você sabe. O simples te torna muito. Você faz por querer?;
É gracioso porque quer? Nem sequer consigo enxergar a realidade, e a minha curiosidade emocional ecoa. Essa minha vontade de ir, e voltar pra casa é grandiosa. Nunca esperaria que você entendesse alguma coisa, mas, odeio quando você vai embora sem ouvir o que tenho para te dizer. Agora, no fim de tarde toquei a música mais linda de todas, no meu violão, e eu tinha jurado que nunca mais tocaria uma canção de amor. Foi incrível! Foi como se a minha alma extrapolasse os limites físicos, e viesse ao meu encontro através da melodia. Este dia foi exactamente igual ao de ontem, incrivelmente. Mas foi tudo uma excepção, você é a minha única excepção.
E valerá a pena? Pesando o custo-beneficio, não sei se valerá, mas amanha saberei.
Enfim, agora escureceu e sinto um frio despudorado tocar no meu rosto. Nem estamos no inverno. E sufoca, tudo isso sufoca.

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  1. Lindo e bem escrito. E nem sei porque sinto um tanto de espontaniedade, isso é legal!

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  2. Lindo.
    As palavras simplesmente escapam de você.
    É um prazer ler.

    Beijos.

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