Hoje, sim só hoje.

Hoje, sim hoje. Hoje eu acordei de forma diferente, de forma inconsequente.
Mesmo sem motivos aparentes, sorri de forma a contagiar os que me rodeavam. Mágico não? Bastante, eu acho.
Acordei com vontade de sair na rua gritando todos os meus soltos pensamentos, aos quatro ventos. Achei a melancolia da cor muito intensa, o frio no meu rosto bastante insignificante. A voz dos pássaros vinham em meu encontro e assim conseguia os sentir em relevo, sem qualquer medo. As árvores dançavam conforme o vento, era um momento, intenso, que me ia maravilhando a cada segundo que passava. As pessoas que caminhavam na rua, pareciam estranhamente felizes. Nunca as tinha visto daquela maneira! Olhei para o final da rua, que outrora era crua, hoje estava mudada. A rua crua e nua hoje estava iluminada e isso me encandeava. Sentia-me radiante! Parecia que em uma só rua, tinha o melhor de todo o mundo. Todas as culturas em uma praça, somente. O cheiro das flores estava inalando qualquer contorno, as plantas eram como perfumes. Perfumes que nenhum frasco francês de milhares de contos, conseguia transmitir. Sentia-me encadeada, encantada. Era tudo tão perfeito, de qualquer jeito. A terra... Ah a terra! Ela estava molhada, de forma acastanhada. O brilho em que ela se aplicava era dourado. Sim! Pontinhos dourados. Parecia que estava caminhando em pequenos pedaços de ouro deslumbrante, do mais puro que há. A luxuria da natureza se materializava. Mas o dia foi acabando, e tudo voltando ao seu normal, ao habitual. Mas que seja, o que importou foi que hoje, sim, SÓ hoje eu acordei de forma diferente, de forma inconsequente.